“Torto Arado – O Musical” estreia em São Paulo

Aclamado pelo público do Nordeste após duas temporadas de estreia com sessões esgotadas em Salvador e um público de mais de 14 mil espectadores, “Torto Arado – O Musical”, adaptação livre do best-seller de Itamar Vieira Júnior, estreia em 20 de novembro, no Teatro Raul Cortez do Sesc 14 Bis, na cidade de São Paulo. O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura, Sesc São Paulo e Nubank, por meio da da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

“Torto Arado – O Musical” traz um texto épico e lírico que revela, para além de sua trama, uma história de vida e morte nas profundezas do sertão baiano, um poderoso elemento de insubordinação social, de combate e redenção. Questões delicadas e difíceis como trabalho análogo à escravidão, racismo, resistência, sobrevivência, disputa de terra, bem como o universo da fé, magia, poesia e religiosidade são abordadas tanto no livro, quanto no musical. Um projeto que promove um diálogo inédito entre as criações artísticas de Itamar Vieira Junior e Elisio Lopes Junior, ambos baianos que compartilham com o público do espetáculo novas visões do Brasil e de sua diversidade.

 

Com direção geral de Elísio Lopes Júnior, o espetáculo conta com 22 profissionais em cena, sendo seis músicos e 16 atores, todos com vasta experiência em suas áreas de atuação. Em duas horas e vinte minutos de duração, “Torto Arado – O Musical” mergulha na cultura popular brasileira contada por Itamar Vieira Júnior e conta a história de duas irmãs, Bibiana e Belonísia, marcadas por um acidente de infância, que vivem em condições de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda no sertão da Chapada Diamantina, na Bahia. Na adaptação teatral, uma nova personagem também protagoniza a cena, em relação à história original, a avó Donana.

 

No elenco principal, três profissionais na área musical e teatral: a cantora e apresentadora Larissa Luz interpreta Bibiana, uma das heroínas da trama. Ao lado dela, a atriz, cantora, compositora e teatróloga Bárbara Sut vive sua irmã, a Belonisia. E, juntas, darão vida às netas de Donana, papel interpretado por Lilian Valeska.

 

A direção musical com composições inéditas é assinada por Jarbas Bittencourt. “Torto Arado – O Musical” é um espetáculo de música popular brasileira, onde todos os ritmos e dinâmicas são nordestinas e ligadas ao cancioneiro do sertão nordestino interiorano, com interpretações e sonoridades totalmente brasileiras”. A cada nota que soa nas canções autorais compostas para o espetáculo, Bibiana, Belonisia, Donana, Zeca Chapéu Grande, Salu ganham vida e movimento. Um processo criativo permeado pela intensidade dos protagonistas e pela autenticidade do compositor e também diretor Jarbas Bittencourt. “Fazer música para um personagem é aquele momento em que você abre um espaço em você, assim como faz o ator, e se deixa ser outro; deixa que outra voz lhe cante a música que está criando”, completa.

 

Elisio Lopes Junior – que também assina a Dramaturgia ao lado de Aldri Anunciação e Fábio Espírito Santo – comenta o que o público pode esperar do espetáculo a partir da temporada de sucesso em Salvador. “Foram dois meses em cartaz na capital baiana e a sensação de ter estreado Torto Arado em Salvador, na Bahia, perto do lugar onde essa história foi concebida e perto das pessoas que entendem esse universo, nos deu uma sensação de pertencimento. A entrada do público foi mais um elemento dentro dessa contação de história e a gente percebeu que Torto Arado tem humor, tem dor, tem poesia, e isso tudo extraído do livro a partir do convívio desses personagens em cena. Os personagens de Torto Arado nos ensinam e agora partimos para novos palcos, novas plateias, mantendo a nossa musicalidade, nosso sotaque e a nossa identidade, esperando que o olhar de quem é de fora também consiga captar a poesia dessa aridez, esse humor e essa dor que a narrativa de Itamar Vieira Júnior nos oferece e que conseguimos transpor para o palco com o desejo de mostrar um pouquinho mais para o Brasil quem é o Brasil”, destaca o diretor.

 

Responsável pela Direção de Movimento do espetáculo, o diretor e coreógrafo Zebrinha ressalta a importância do movimento durante o espetáculo, baseado no Jarê – religiosidade do povo que permeia toda a trama. “O que estou tentando fazer com a estética e o vocabulário do movimento no espetáculo é tornar contemporânea essa visão e apresentar o que há de mais bonito e mais plásticos dentro dos rituais do Jarê”, comenta o profissional.

 

A equipe do musical conta ainda com Cenografia de Renata Mota, figurino assinado pela designer Bettine Silveira, além da Coordenadoria Geral de Fernanda Bezerra, responsável também pela produção, coordenação geral e produção do espetáculo. “Torto Arado – O musical” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo Federal União e Reconstrução Governo Federal União e Sesc São Paulo, com patrocínio do Nubank, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

Com sessões às quintas, sextas, sábados e aos domingos, os ingressos para a temporada de apresentações podem ser adquiridos pelos canais de vendas online do Sesc São Paulo ou presencialmente nas bilheterias das unidades. Uma novidade na temporada de São Paulo é que a peça vai contar com recursos de acessibilidade em algumas sessões: nas sessões de 05 e 06 de dezembro, às 15h, será oferecida tradução em libras; já nas sessões de 07 de dezembro, às 20h, e 08 de dezembro, às 18h, serão oferecidas tradução em libras e audiodescrição.

 

Saiba mais em: https://www.sescsp.org.br/editorial/a-poesia-na-aridez/

 

Sobre o Sesc São Paulo

Com mais de 78 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 42 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações para promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, além de toda a sociedade. Mantido por empresas do setor, o Sesc é uma entidade privada que atende cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Saiba mais em sescsp.org.br

 

Sobre o Nubank

O Nu é a maior plataforma de banco digital do mundo fora da Ásia, atendendo a mais de 100 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. A empresa tem liderado uma transformação na indústria, usando dados e tecnologia proprietária para desenvolver produtos e serviços inovadores. Guiado por sua missão de combater a complexidade e empoderar as pessoas, o Nu atende à jornada financeira completa dos clientes, promovendo acesso e avanço financeiro com crédito responsável e transparência. A empresa se apoia em um modelo de negócios eficiente e escalável que combina baixo custo de atendimento com retornos crescentes. O impacto do Nu tem sido reconhecido em diversos prêmios, incluindo as 100 Empresas mais Influentes da Time, as Empresas Mais Inovadoras da Fast Company e os Melhores Bancos do Mundo da Forbes.

 

Torto Arado – O Musical

● Onde: Sesc 14 Bis. R. Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo – SP

●Quando: Estreia em 20/11, às 18h. De 21 de novembro a 15 de dezembro (Quintas, Sextas e Sábados: às 20h. Domingos: às 18h). Nos dias 29/11, 05 e 06/12 haverá duas sessões: às 15h e 20h. Sessões com Libras: 05 e 06/12 às 15h, 07/12, às 20h e 08/12, às 18h. Sessões com Audiodescrição: 07/12, às 20h e 08/12, às 18h

● Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia entrada) e R$ 18,00 (credencial plena)

● Classificação: 14 anos

●Vendas: Site centralrelacionamento.sescsp.org.br / Aplicativo Credencial Sesc / Presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo

 

Acompanhe o Sesc 14 Bis na internet

Site: sescsp.org.br/14bis

Facebook: facebook.com/sesc14bis

Instagram: @sesc14bis

Oitava temporada do “Expresso Futuro” com Ronaldo Lemos vai a Honduras visitar a comunidade que quer viver para sempre

Em sua 8ª temporada, o programa “Expresso Futuro”, apresentado por Ronaldo Lemos, em parceria com o Canal Futura, estreia no dia 24 de novembro, domingo, no Fantástico, e 25 de novembro, segunda-feira, às 21h no Futura, com um objetivo ousado: investigar como a ciência e a tecnologia estão desafiando os limites da vida humana. O destino? Vitalia City, localizada na ilha de Roatán em Honduras, uma comunidade dedicada a uma questão que fascina e provoca ao mesmo tempo: como viver para sempre. A série também estará disponível no Globoplay.

Lemos viajou a Honduras para documentar o trabalho dessa comunidade por cientistas, empreendedores e pesquisadores que estão unidos em torno de um propósito pouco usual: ampliar a longevidade humana, potencialmente de forma ilimitada. “Vitalia City é um lugar onde as pessoas estão literalmente tentando viver para sempre”, diz Lemos, revelando o ponto central de sua investigação nesta temporada.

Em Vitalia, a questão da imortalidade não é apenas um conceito filosófico ou ficcional, mas um objetivo real. A comunidade se destaca por sua abordagem colaborativa e interdisciplinar, reunindo desde especialistas em biotecnologia até visionários do campo digital. Para Lemos, essa fusão de ideias é ao mesmo tempo fascinante e inquietante. “É impressionante ver tantos recursos e talentos sendo mobilizados para algo que, até pouco tempo, parecia loucura”, reflete o apresentador.

Próspera: O Experimento de uma nova Governança

Além de Vitalia City, a temporada de “Expresso Futuro” mergulha em outra iniciativa localizada em Honduras: Próspera, uma zona autônoma especial que funciona com suas próprias leis. Essa cidade experimental tem atraído atenção global e foi tema de uma recente reportagem do New York Times. Próspera representa o conceito de Network State, um modelo de governança em que comunidades criam suas próprias regras, muitas vezes operando de forma independente dos países onde estão localizadas.

Para Lemos, que é especialista em mídia, tecnologia e sociedade, Próspera é um experimento social que busca um tipo diferente de autonomia no século XXI. “É um lugar que concretiza a ideia de Estados em Rede, onde se testa uma nova forma de governança”, explica. A cidade se posiciona como um exemplo vivo de como inovações radicais podem surgir em territórios inesperados.

Comunidades de inovação no lugar mais improvável

O que torna essa temporada relevante, segundo Lemos, é a localização dessas inovações. “Fiquei impressionado com o fato de que algumas das coisas mais ousadas do planeta estão sendo criadas em lugares inesperados, como Honduras“. Honduras, que geralmente não está associada a avanços tecnológicos de ponta, acaba criando um papel de experimentação sobre longevidade e governança.

Ronaldo reflete ainda sobre o impacto desse tipo de desenvolvimento: “O mais assustador é ver ideias que pareciam ficção científica, como a imortalidade, sendo tratadas com seriedade. A fronteira entre o possível e o impossível está cada vez mais tênue”, afirma.

Movimento Global

A nova temporada de “Expresso Futuro” também acompanha o que Ronaldo Lemos define como um movimento global. Ele já havia documentado experimentos semelhantes, como a cidade de Zuzalu, na Suíça, em 2023, e agora amplia essa cobertura com Vitalia e Próspera. “Estamos acompanhando o surgimento dessas zonas experimentais, que buscam reinventar a forma como nos organizamos socialmente”, explica.

Inclusive, Próspera agora está enfrentando uma batalha judicial internacional para defender sua autonomia com relação a Honduras.

A temporada tem quatro episódios de 30 minutos, cada um mostrando as atividades experimentais em Honduras, que incluem biotecnologia para a longevidade até a criação de novas formas de governança em territórios autônomos. A nova fase de “Expresso Futuro” reflete sobre as ambições humanas e sobre como regiões em desenvolvimento por inventar novos modelos institucionais.

Grammy Latino: KondZilla desembarcou em Miami com único clipe do Brasil a ser indicado esse ano

Konrad Dantas, fundador da KondZilla, Alana Leguth, cofundadora e criadora do selo HERvolution, Kaique Alves, diretor criativo, e Eduardo Saraiva, produtor executivo, e a rapper brasileira Jovem MK desembarcam em Miami para a premiação do Grammy Latino 2024.

Jovem MK foi indicada na categoria Best Long Form Music Video pelo curta-metragem Meu Karma. O filme, único clipe do Brasil a ser indicado esse ano, é uma extensão visual de seu álbum homônimo, aborda temas sociais como a violência armada e a desigualdade enfrentadas por jovens das periferias brasileiras. Produzido por Konrad Dantas e dirigido por Paladinos e Kaique Alves, o projeto foi lançado em coprodução entre KondZilla, Africa Creative e Czar SP. A narrativa do curta reflete as difíceis escolhas entre o crime e a redenção nas favelas do Brasil.

Para Jovem MK, o projeto tem grande significado pessoal e sobre a indicação ao Grammy, ela afirma: “Ganhar o prêmio no Berlin Commercial e, agora, ser indicada ao Grammy Latino é muito mais do que um sonho realizado. É uma chance de levar essa discussão para um palco global e provocar uma reflexão necessária sobre a realidade dos jovens nas quebradas.”

Larissa Luz cantou três músicas inéditas no Festival Afropunk

A cantora, atriz e apresentadora, Larissa Luz, se apresentou no Festival Afropunk e cantou três músicas inéditas, uma prévia do seu próximo álbum, previsto para lançamento em 2025.

Nascida em Salvador, Bahia, Larissa escolheu sua cidade natal para cantar, em primeira mão, essas músicas que marcam o início do seu novo momento. A narrativa contada do próximo projeto combina elementos de amapiano, samba reggae e rock, tendo como plano de fundo um carnaval distópico.

Sobre Larissa Luz

Larissa Luz é uma cantora, atriz e apresentadora brasileira que se destaca pela sua voz poderosa e presença marcante. Com uma carreira que abrange música, teatro e televisão, ela conquista o público com sua arte autêntica e compromisso com questões sociais relevantes.

Coppola reúne famosos em pré-estreia lotada em São Paulo

Os sócios da O2 Filmes, Fernando Meirelles e Paulo Morelli e o diretor da O2 Play Filmes, Igor Kupstas, receberam o cineasta Francis Ford Coppola para a pré-estreia paulistana de “Megalópolis – Uma Fábula” no shopping Cidade Jardim, na noite desta terça, 29/10, promovido pela O2 Play, distribuidora do filme no país, em parceria com a O2 Filmes – patrocínio C6 Bank, JHSF e apoio da Spcine, Ingresso.com e B32.

 

Na ocasião estiveram presentes o também o cineasta Cao Hamburger, os apresentadores Marcelo Tas, Sandra Annemberg, Cazé Pecini e Oscar Filho. Os atores Leopoldo Pacheco, Mariana Ximenes, Isabelle Drummond, Daniel Rocha, Vitória Strada, Bruno Fagundes, Bruna Mascarenhas, Renata Ricci,Theodoro Cochrane, Hugo Bonemer, a modelo Carol Ribeiro, a artista Elisa Stecca, o cantor Supla e diretor da O2 Paulo Barcellos e sua esposa, Patrícia Atina, também prestigiaram o lançamento.

 

Francis Ford Coppola coleciona sucessos e prêmios por toda sua carreira, seja pela trilogia O Poderoso Chefão, pelo épico de guerra Apocalypse Now, os cults dos anos 80 O Selvagem da Motocicleta e Vidas Sem Rumo ou a aclamada adaptação de Drácula de Bram Stoker.

 

Coppola em São Paulo

A O2 Play, distribuidora de Megalópolis no Brasil, traz o diretor para o pré-lançamento nacional do longa-metragem em parceria com a O2 Filmes, com patrocínio C6 Bank e JHSF e apoio da Spcine. Igor Kupstas, diretor da distribuidora, celebra: “A O2 Play está muito honrada em poder proporcionar esta vinda de Francis Ford Coppola ao Brasil, com a ajuda de nossos patrocinadores e apoiadores, que tornaram este sonho realidade. Este é o maior projeto da distribuidora até agora, em nossa estratégia de trazer grandes filmes ao público cinéfilo. Coppola é um empreendedor, visionário e um incentivador do cinema independente e autoral – e assistir a Megalópolis no cinema é honrar a vida e a obra desse artista tão importante para o cinema no mundo.”.

 

Nos dias 28 e 29 de outubro, Coppola gravou entrevistas e depoimentos sobre o filme e encontrou executivos, estudantes e personalidades do audiovisual brasileiro. O visionário diretor receberá o Prêmio Leon Cakoff da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em 30 de outubro, no encerramento do festival, cuja atração de encerramento será a pré-estreia nacional de Megalópolis.

 

 

A produção

A história da produção do longa-metragem Megalópolis, que chega ao cinemas no dia 31/10, perpassa a própria trajetória de Coppola, que começou a desenvolver o argumento do filme há cerca de 40 anos, quando filmava Apocalypse Now. Com a evolução do cinema e os adventos tecnológicos com os quais o diretor sonhava em contar para que a produção de Megalópolis se tornasse possível, Coppola pôde finalmente retomar o projeto em 2019. Com financiamento próprio e total liberdade criativa, o longa é um grande evento para os cinéfilos de todo o mundo, um presente do diretor aos amantes da sétima arte e sua ode pessoal de amor ao cinema.

 

No Brasil pela terceira vez (as anteriores foram em 1998 e 2010), Coppola virá promover este que é o filme de sua vida. “Meu primeiro objetivo sempre é fazer um filme com todo o meu coração, então comecei a perceber que (este projeto) seria sobre amor e lealdade em todos os aspectos da vida humana”, disse o diretor em depoimento recente à revista Vanity Fair.


Megalópolis e o Brasil

Dentre múltiplas inspirações para desenvolver Megalópolis, Francis Ford Coppola usou uma referência urbana brasileira ao conceber a cidade fictícia de Nova Roma, onde Megalópolis se passa. Em 2003, o diretor passou alguns dias em Curitiba – PR, pesquisando exemplos de projetos urbanistas que fossem voltados à melhoria do cotidiano dos cidadãos. Ciceroneado pelo então governador do Paraná, Jaime Lerner, Coppola andou pela cidade com os ônibus biarticulados do transporte público, visitou cartões postais e o mercado da cidade, fez palestras para estudantes, ficou amigo de donos de restaurantes e bares e até desenvolveu uma italianíssima receita de pizza.

FRANCIS FORD COPPOLA EMOCIONA PLATEIA LOTADA EM BATE-PAPO SOBRE CINEMA EM SÃO PAULO

Francis Ford Coppola emociona e ressalta a importância da grandiosidade do cinema brasileiro em conversa para plateia lotada, em São Paulo. Durante encontro, cineasta destacou o fato do Brasil ser, tradicionalmente, um local de ótimos diretores e filmes, como Fernando Meirelles, com “Cidade de Deus” (O2 Filmes) e Héctor Babenco, com “Pixote”, além de Glauber Rocha, que chegou a morar em sua casa, em São Francisco. Na plateia, convidados ilustres, como as atrizes Mariana Ximenes e Alessandra Maestrini, o cineasta Johnny Araujo, a produtora de cinema Suzana Villas Boas e os consultores Ronaldo Lemos e Paulo Rogério Nunes, entre outros.

O consagrado cineasta conhecido mundialmente por sucessos como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, está no Brasil para promover seu mais recente longa-metragem, Megalópolis. O evento “Francis Ford Coppola em uma Conversa sobre Cinema” aconteceu na manhã desta segunda, 28/10, no Teatro B32, promovido pela O2 Play, distribuidora do filme no país, em parceria com a O2 Filmes – patrocínio C6 Bank, JHSF e apoio da Spcine, Ingresso.com e B32.

Um papo exclusivo sobre cinema, mediado pela jornalista e crítica Isabela Boscov, no qual Coppola compartilhou detalhes sobre sua carreira e a trajetória de Megalópolis, projeto que desenvolveu de forma independente ao longo de 40 anos. “Megalópolis pode ganhar dinheiro ao longo de décadas, não espero que ele faça a bilheteria de um Venom ou Homem Aranha. O que eu quero é que as pessoas assistam por muitos anos!”, reforçou o cineasta.

A ocasião marcou a terceira visita do diretor ao país e foi exclusiva para convidados, profissionais do audiovisual e artistas que tiveram a oportunidade de ver de perto um dos maiores cineastas de todos os tempos falando sobre seus processos criativos e seus projetos. “Eu sou um jovem estudante de 85 anos e que não acredita em fazer arte sem correr riscos; seria a mesma coisa que ter bebês sem fazer sexo”, afirma Coppola.

De acordo com o cineasta, ele procurou cidades que pudessem resolver problemas de urbanismo para suas populações. E a brasileira Curitiba e seu prefeito Jaime Lerner foram inspiração para Megalópolis. “Conheci Lerner e, em Curitiba, decidiram fazer uma reunião para que a cidade pudesse pensar em prol da população. Uma das ideias era de que uma favela pudesse reciclar seu lixo e, em troca, as pessoas ganhariam um cesto de vegetais e legumes. E isso acontece até hoje. Outra ação que me inspirou foram as estações de ônibus; são baratas e funcionam de forma prática”. E continua: “Lerner é um personagem a quem agradeço muito. Se eu tiver um lugar para dormir em Curitiba, ficarei muito feliz. Estou pobre porque gastei todo meu dinheiro em Megalópolis (risos)”, brinca o diretor.

 Um dos maiores cineastas do mundo está no Brasil para apresentar seu longa-metragem mais recente, Megalópolis. Francis Ford Coppola coleciona sucessos e prêmios por toda sua carreira, seja pela trilogia O Poderoso Chefão, pelo épico de guerra Apocalypse Now, os cults dos anos 80 O Selvagem da Motocicleta e Vidas Sem Rumo ou a aclamada adaptação de Drácula de Bram Stoker.

 

Coppola em São Paulo

A O2 Play, distribuidora de Megalópolis no Brasil, traz o diretor para o pré-lançamento nacional do longa-metragem em parceria com a O2 Filmes, com patrocínio C6 Bank e JHSF e apoio da Spcine. Igor Kupstas, diretor da distribuidora, celebra: “A O2 Play está muito honrada em poder proporcionar esta vinda de Francis Ford Coppola ao Brasil, com a ajuda de nossos patrocinadores e apoiadores, que tornaram este sonho realidade. Este é o maior projeto da distribuidora até agora, em nossa estratégia de trazer grandes filmes ao público cinéfilo. Coppola é um empreendedor, visionário e um incentivador do cinema independente e autoral – e assistir a Megalópolis no cinema é honrar a vida e a obra desse artista tão importante para o cinema no mundo.”.

Nos dias 28 e 29 de outubro, Coppola gravará entrevistas e depoimentos sobre o filme e encontrará executivos, estudantes e personalidades do audiovisual brasileiro.

O visionário diretor receberá o Prêmio Leon Cakoff da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em 30 de outubro, no encerramento do festival, cuja atração de encerramento será a pré-estreia nacional de Megalópolis.

 

A produção

A história da produção do longa-metragem Megalópolis , que chega ao cinemas no dia 31/10, perpassa a própria trajetória de Coppola, que começou a desenvolver o argumento do filme há cerca de 40 anos, quando filmava Apocalypse Now. Com a evolução do cinema e os adventos tecnológicos com os quais o diretor sonhava em contar para que a produção de Megalópolis se tornasse possível, Coppola pôde finalmente retomar o projeto em 2019. Com financiamento próprio e total liberdade criativa, o longa é um grande evento para os cinéfilos de todo o mundo, um presente do diretor aos amantes da sétima arte e sua ode pessoal de amor ao cinema.

No Brasil pela terceira vez (as anteriores foram em 1998 e 2010), Coppola virá promover este que é o filme de sua vida. “Meu primeiro objetivo sempre é fazer um filme com todo o meu coração, então comecei a perceber que (este projeto) seria sobre amor e lealdade em todos os aspectos da vida humana”, disse o diretor em depoimento recente à revista Vanity Fair.


Megalópolis e o Brasil

Dentre múltiplas inspirações para desenvolver Megalópolis, Francis Ford Coppola usou uma referência urbana brasileira ao conceber a cidade fictícia de Nova Roma, onde Megalópolis se passa. Em 2003, o diretor passou alguns dias em Curitiba – PR, pesquisando exemplos de projetos urbanistas que fossem voltados à melhoria do cotidiano dos cidadãos. Ciceroneado pelo então governador do Paraná, Jaime Lerner, Coppola andou pela cidade com os ônibus biarticulados do transporte público, visitou cartões postais e o mercado da cidade, fez palestras para estudantes, ficou amigo de donos de restaurantes e bares e até desenvolveu uma italianíssima receita de pizza.